O Rio Paraíba
Pelo bosque da princesa
E desagua suas águas
Nos jardins da realeza
O vapor no alto rio
Leva príncipes e princesas
Eles vão se balançando
Nas águas e correntezas
As correntezas vão levando
Os sonhos da princesa
De um dia ver os negros
Livres de tanta malvadeza
Isabel que com certeza
No vapor também entrou
Pelos trilhos lá de Pinda
A princesa trafegou
Assinou a Carta aberta
Esta carta de alforria
Que liberta que devolve
Aos negros grande alegria
O vapor já carregou
Tábuas, cerâmicas, toucinhos
Já levou mineradores
Já levou também doutores
Mas a maior riqueza
Hoje nos livros se descreve
A Lei Áurea assinada
Libertando os escravos
Isabel princesa amada
Com certeza já passou
Pela grande Pindamonhangaba
No trenzinho a vapor
Com seus lindos cachos
Com seu vestido de cetim
Com seus lindos ornamentos
Que alegria é pra mim
Sabes que lindas princesas
Já passaram por aqui
E fazem parte do poema
Que hora eu escrevi
O passado foi-se embora
O presente já chegou
Hoje a carta de alforria
Está guardada com valor
No coração de quem foi
No coração de quem ficou
Dos negros, escravos, livres.
Pelo poder de um grande amor.
Carta e poema dedicado a Princesa Isabel
Autora: Silvia Voiola Silva
(estagiária e ex-mãe da escola Elias Bargis Mathias)